Certamente, aqui está a reescrita do trecho:
Um grupo de alunas do Colégio Estadual Conselheiro Carrão, uma instituição de ensino médio em tempo integral localizada em Assaí, no estado do Paraná, desenvolveu um projeto sustentável inovador. Nesse projeto de iniciação científica, as alunas conseguiram transformar óleo de cozinha usado em biodiesel. A ação viabilizou o uso desse biodiesel em um dos ônibus escolares municipais.
Sob a orientação do professor de Química e Física, Matheus Rossi, e com o apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR), as jovens, Eduarda Pietra, Fabiane Hikari, Letícia Ayuimi, Eduarda Miura e Luiza Alves, fundaram uma startup júnior chamada "BIOSUN." O principal objetivo dessa iniciativa é aproveitar o óleo de cozinha descartado e transformá-lo em biodiesel de alta qualidade.
ÔNIBUS FUNCIONOU COM COMBUSTÍVEL SUSTENTÁVEL
De acordo com o professor, a principal meta da iniciativa "BIOSUN" é centralizar a produção de biocombustível nas instalações da escola, ao mesmo tempo, em que incentiva a criação de uma "rota ecológica" na cidade. Essa rota de transporte exclusiva consistiria em ônibus movidos unicamente pelo biodiesel produzido localmente, contribuindo assim para a redução do descarte inadequado de compostos orgânicos. Além disso, ela promoveria uma abordagem amigável ao meio ambiente no que diz respeito à mobilidade urbana e à sustentabilidade.
"O objetivo das alunas é, em colaboração com a prefeitura, converter alguns dos ônibus escolares em uma rota especial abastecida exclusivamente com o biodiesel produzido pelo projeto. Isso resolveria o problema do descarte inadequado de resíduos orgânicos e, ao mesmo tempo, proporcionaria uma experiência enriquecedora tanto do ponto de vista científico quanto empresarial," declarou Rossi.
Eduarda Pietra, uma das alunas envolvidas no projeto, revelou que a ideia do grupo surgiu após palestras e orientações que elas receberam na escola. "Nas palestras, foram apresentados alguns Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que precisávamos abordar com nosso projeto. Optamos por focar no ODS relacionado à reciclagem, que diz respeito à reciclagem do óleo de cozinha descartado."
O conceito do projeto parte da premissa de que o óleo de cozinha usado é normalmente reciclado na produção de sabão. No entanto, é possível transformá-lo em um combustível alternativo, amigável ao meio ambiente e de baixa emissão de poluentes.
"Fizemos essa escolha porque frequentemente as pessoas não descartam o óleo de cozinha corretamente. Às vezes, ele é despejado diretamente no esgoto ou na pia. Portanto, a solução que propusemos foi utilizá-lo na produção de biodiesel. A reciclagem do óleo é geralmente associada à produção de sabão, mas, como essa ideia já era amplamente conhecida, em conjunto com nosso professor de Química, tivemos a ideia de misturar o óleo filtrado com álcool para gerar combustível," explicou Pietra.
Os resultados da iniciativa foram impressionantes, e durante as comemorações do aniversário da cidade, um dos ônibus escolares municipais foi abastecido e operou eficazmente com o biodiesel produzido pelas alunas. Além disso, o veículo permaneceu em operação por quase uma semana, transportando alunos pela cidade exclusivamente com o combustível produzido pelo grupo de jovens cientistas.
No âmbito do "BIOSUN," o óleo coletado é aquecido e misturado com álcool e uma base forte. As primeiras tentativas de produção ocorreram na escola, e versões subsequentes foram aprimoradas na UFPR, mais especificamente no polo de Jandaia do Sul.
Construído sobre os princípios pedagógicos do ensino médio em tempo integral, como tutoria, aprendizado prático e orientação de estudos, o projeto possibilitou o desenvolvimento da autonomia e da criatividade das alunas, como destacado por Luiza Alves, outra participante do projeto. "O projeto nos fez perceber que, mesmo dentro da escola, podemos realizar ações muito mais sustentáveis do que imaginávamos."
Letícia Ayumi, também envolvida no projeto, mencionou que sempre teve interesse na área de ciências e que a iniciativa permitiu que ela adquirisse mais conhecimento. "Para mim, meu projeto de vida foi fortalecido e grandemente influenciado pelas experiências que a equipe e o ensino médio em tempo integral me proporcionaram. Tenho um forte interesse na área de ciências naturais, adoro trabalhar em laboratórios e estou entusiasmada com a perspectiva de conduzir pesquisas científicas para resolver problemas cotidianos. O 'BIOSUN' me proporcionou a oportunidade de vivenciar tudo isso, além de me permitir mergulhar no ambiente de pesquisa diário, com todos os desafios que ele apresenta," compartilhou.
Com relação ao futuro, as jovens cientistas planejam aguardar a avaliação de viabilidade para a criação da "rota ecológica," e têm a aspiração de ampliar o escopo do projeto para reutilizar plenamente os subprodutos do processo de produção de biodiesel.
O professor Matheus Rossi também revelou que os próximos passos incluem buscar parcerias na indústria química para obter reagentes a preços acessíveis e a possibilidade de estabelecer um novo laboratório com o apoio de um investidor, a fim de continuar realizando o projeto nas instalações da escola nos próximos anos.
Por fim, Rossi enfatizou a importância de incentivar atividades práticas relacionadas à sustentabilidade nas escolas. "O aspecto mais significativo para mim foi que três delas, durante o projeto, se encontraram e decidiram o que seguir na faculdade. Quando abordamos questões relacionadas à sustentabilidade, é crucial demonstrar atividades práticas aos alunos, pois assim eles se tornam muito mais interessados em aprender. Por exemplo, na próxima etapa do projeto, estamos calculando quantas gramas de CO₂ as linhas de ônibus emitirão a menos ao utilizar biodiesel. Acredito que as atividades práticas tendem a auxiliar na aprendizagem," concluiu.
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